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Por que as Olimpíadas Científicas Valem Mais do Que Ouro?

OBA, OBMEP, OBQ, OBB e várias outras siglas que, em comum, começam com a letra O, fazem parte, mais e mais, do vocabulário de estudantes e professores. E isso é uma excelente notícia, assim como saber que Canguru de Matemática se refere a uma importante competição internacional da disciplina que já foi o bicho papão das escolas. Para se ter uma ideia, em 2022, foram mais de 750 mil alunos inscritos nela no Brasil, de mais de 3800 escolas.

As chamadas olimpíadas de conhecimento (daí a letra O) são competições intelectuais entre estudantes de Ensino Fundamental, Ensino Médio ou de cursos universitários de graduação. Com nome inspirado nas olimpíadas esportivas, em que atletas competem por medalhas que ilustram seu desempenho e excelência, elas consistem na realização de provas ou trabalhos e na consequente premiação dos melhores.

As primeiras olimpíadas de conhecimento, no formato moderno, foram competições entre liceus nos reinos da Romênia e da Hungria no final do século XIX. No Brasil, as primeiras competições foram a Olimpíada Ginasiana de Matemática Moderna (1967 e 1969); a Olimpíada Paulista de Matemática (1977) e a Olimpíada Brasileira de Matemática (1979). Houve também a Olimpíada de Química pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo (1986). Mas o assunto engrenou mesmo no final dos anos 1990, com a criação da Olimpíada Brasileira de Química (OBQ, 1996), organizada pela Universidade Federal do Ceará, seguida pela Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA, 1998), e pela Olimpíada Brasileira de Física e Olimpíada Brasileira de Informática (OBF e OBI, 1999). Em 2005, criou-se a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), aos cuidados do governo federal.

Mas, afinal por que essas competições têm chamado tanta atenção no ambiente escolar e por que motivo isso é visto como algo tão positivo?

Bom, de saída, elas valem prêmios e menções honrosas, e quem não gosta de ganhar algo assim? E há, também, quem não consegue passar longe de um desafio: esse tipo de estímulo pode ser considerado positivo porque oferece um alvo a ser alcançado. No entanto, talvez esses sejam os benefícios mais lógicos e visíveis.

As olimpíadas podem estimular o estudante a superar limites e a desenvolver habilidades socioemocionais. Num ambiente competitivo, otimizam a tolerância à frustração, já que, sobretudo nas primeiras tentativas, é bastante comum obter resultados aquém do esperado. Aprendem, a reboque, que o autocontrole, o treino e a persistência são fundamentais.

Para quem faz essas provas, a noção de tempo vai além de entender os movimentos dos ponteiros do relógio – perceber que podem precisar de horas para resolver um problema ou até de anos para ganhar uma medalha amplia o olhar.

É seguro dizer que crianças e jovens que participam de olimpíadas têm a mente aberta ao novo e conseguem desenvolver a criatividade. Isso porque são expostos a desafios diferentes e inovadores, que envolvem abstração, integração de saberes e raciocínio abstrato.

Sobre isso, percebe-se também a melhora no rendimento escolar como um todo e a oportunidade de aprofundamento em temas atraentes para o aluno. Estudar para tais provas é como confeccionar um vestido de festa: quando você se prepara para isso, o que é pregar um botão? No caso, o botão representa o conteúdo da sala de aula. Bem mais simples, não é? No mesmo raciocínio, realizar essas provas é um ótimo treino para o vestibular ou Enem, pois elas possuem nível semelhante ou até superior ao dos principais exames brasileiros.

Os louros da vitória podem garantir bolsas de estudo em escolas de ponta. Além disso, abrem portas em universidades nacionais e internacionais. No Brasil, oferecem vagas olímpicas universidades como Unicamp, Unesp, USP, e UNIFEI, por exemplo. Para quem sonha estudar em Harvard, Oxford, Princeton, MIT ou Cambridge, as chances de ser aceito aumentam muito se o candidato foi premiado em uma olimpíada internacional, representou o Brasil no exterior ou foi destaque em competições brasileiras.

Núcleo de Treinamento Olímpico do CAL

No Colégio Augusto Laranja, as olimpíadas de conhecimento recebem a importância que devem ter: em 2018, criamos o Núcleo de Treinamento Olímpico, que foi remodelado em 2023. Ele tem como objetivo identificar talentos, fomentar o interesse nas diversas áreas do conhecimento e dar a oportunidade para que os alunos desenvolvam uma série de habilidades, tendo como referência o uso do método científico, a observação, a experimentação, a intuição, o rigor, a ousadia e o aprendizado alinhados à filosofia do Colégio.

O CAL oferecerá aulas avançadas de Matemática, Física, Química, Biologia e Astronomia, além de incentivar a participação nas diversas olimpíadas do conhecimento, nas ciências exatas e humanas. Os resultados positivos são muitos, ainda mais abrangentes do que as medalhas e menções que já ganhamos e vamos ganhar, temos certeza. Mas a principal competição que o aluno deve participar é com ele mesmo, fazendo uma comparação com o seu eu do início de todo o processo de preparação.

por

Cícero Bernardino

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